quinta-feira, junho 30, 2016

PF PRENDE CARLINHOS CACHOEIRA

Mais lama. O Brasil é um grande lodaçal.

Leia no G1:

30/06/2016 06h54 - Atualizado em 30/06/2016 11h58

Carlinhos Cachoeira é preso em operação contra lavagem de dinheiro

Empresário foi detido no condomínio de luxo em que mora em Goiânia.
Também há mandados de prisão contra Fernando Cavendish e Adir Assad.

Paula ResendeDo G1 GO
O empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, foi preso na manhã desta quinta-feira (30), no condomínio de luxo em que mora, em Goiânia. O contraventor é um dos alvos da Operação Saqueador, que visa a prender pessoas envolvidas em um esquema de lavagem de R$ 370 milhões desviados dos cofres públicos.
O empresário Adir Assad, que já cumpria prisão domiciliar após ter sido condenado a 9 anos e 10 meses na Operação Lava Jato, também foi preso. Assad é suspeito de participar da montagem de empresas de fachada para lavar o dinheiro desviado.
Há ainda um mandado para prender Fernando Cavendish, dono da empresa Delta Construções, responsável por diversas obras públicas por meio das quais os R$ 370 milhões foram desviados, segundo o MPF. Um ex-diretor da empresa, Cláudio Abreu, foi preso nesta manhã em outro condomínio de luxo em Goiânia.
Por volta das 7h, a PF esteve na casa de Cavendish, que fica na Rua Delfim Moreira, um dos endereços mais caros do Rio de Janeiro, mas não o encontrou. A polícia aguarda um contato do advogado para saber se pode considerar o dono da Delta foragido. O empresário está na Europa desde 22 de junho e a Interpol pode ser acionada para localizá-lo.
Também alvo de um mandado de prisão, o empresário Marcelo José Abbud não foi localizado no prédio em que vive, em São Paulo. Segundo a PF, Abbud viajou para o exterior na sexta-feira (24), mas seu advogado afirma que o empresário vai se apresentar às autoridades.
O advogado de Cachoeira, Antônio Nabor Bulhões disse que ficou sabendo da prisão no início da manhã, após uma ligação da esposa do cliente, Andressa Mendonça. O advogado informou que irá se inteirar do caso para se pronunciar.
Segundo o Ministério Público Federal, dentre os denunciados na Operação Saqueador estão executivos, diretores, tesoureira e conselheiros da Delta, além de proprietários e contadores de empresas fantasmas criadas por Carlinhos Cachoeira, Adir Assad e Marcelo Abbud.
As prisões foram autorizadas pelo juiz Marcelo Bretas, titular da sétima vara federal criminal do Rio de Janeiro.
Carlinhos Cachoeira foi preso em operação da Polícia Federal, em Goiânia, Goiás (Foto: Cassiano Rolim/TV Anhanguera)Carlinhos Cachoeira foi preso em operação da Polícia Federal (Foto: Cassiano Rolim/TV Anhanguera)
Lavagem de dinheiro
O MPF afirma que, entre 2007 e 2012, quase 100% do faturamento da Delta veio de contratos públicos, chegando ao montante de quase R$ 11 bilhões. Desse total, mais de R$ 370 milhões foram lavados por meio de pagamentos ilícitos feitos a 18 empresas de fachada, criadas pelos chamados operadores do esquema.
Segundo o Ministério Público Federal, eles lavavam o dinheiro público em contratos fictícios e sacavam o dinheiro em espécie para o pagamento de propina a agentes públicos. Assim, de acordo com os investigadores, eles impediam o rastreamento das verbas.
De acordo com o MPF,  todos os pagamentos a fornecedores eram de responsabilidade do setor administrativo e financeiro da matriz da Delta, sediada no Rio de Janeiro. No entanto, os escritórios e centros de custo dos membros do conselho e dos diretores regionais realizaram despesas com diversas empresas de fachada.
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PF faz buscas na casa de Fernando Cavendish, no Leblon (Foto: Reprodução/TV Globo)PF faz buscas na casa de Fernando Cavendish (Foto: Reprodução/TV Globo)
Conforme a investigação, foram utilizados 116 centros de custo vinculados a escritórios regionais e obras da empreiteira em todo território nacional, para o repasse direto e indireto de verbas ilícitas.
Rastreando os pagamentos feitos pela Delta às empresas de fachada, o MPF verificou um aumento significativo dos valores das transferências em anos de eleições.
O MPF pede a condenação de todos os envolvidos pela prática de lavagem de dinheiro e associação criminosa.
Carlinhos Cachoeira
Acusado de chefiar um esquema de exploração ilegal de caça-níqueis em Goiás, Cachoeira já havia sido preso em fevereiro de 2012, quando a Operação Monte Carlo foi deflagrada pela PF e o Ministério Público Federal. Ele ganhou liberdade em 11 de dezembro do mesmo ano.
A operação revelou ligação entre o contraventor e o ex-senador goiano Demóstenes Torres (DEM). De acordo com o MPF, o ex-parlamentar é acusado de prática de corrupção e advocacia administrativa em favor de Cachoeira.
Desde então, Cachoeira já foi condenado pelos crimes de peculato, corrupção, violação de sigilo e formação de quadrilha. A última condenação foi no dia 23 de setembro, por violação de sigilo funcional, com pena de três anos de prisão. Ele responde aos crimes em liberdade.
Condimínio Alphaville Cruzeiro do Sul, em Goiânia, Goiás (Foto: Honório Jacometto/TV Anhanguera)PF cumpre mandado em condomínio de luxo em Goiânia (Foto: Honório Jacometto/TV Anhanguera)

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