segunda-feira, maio 16, 2016

QUE A MORTE DE CINTIA NÃO SEJA EM VÃO

Chorei enquanto colhia as informações sobre a morte de Cintia Cristina Ribeiro Alcino, bacharel em Direito, integrante da Ong Orquestrando a Vida, uma pessoa do bem, daquelas que é fácil a gente gostar, amada por sua família e por seus amigos.
Não, não vou chafurdar na lama da demagogia. Ela não merece isso, sua famíla e seus amigos ainda a estão velando. Mas não posso me limitar ao texto frio, jornalístico, fático, porque nele não cabem o sonho e os planos de alguém que mantinha acesa a crença de uma vida longa e feliz.
Alguém que cumpriu um calvario, lutando pela vida, num Município com orçamento bilionário, encravado numa planície, matriz da maior bacia petrolífera do continente e a menos de 300 quilômetros da cidade maravilhosa, São Sebastião do Rio de Janeiro, capital de um dos estados mais importantes e desenvolvidos do País.
A morte gratuita de Cintia nos adverte sobre uma verdade cruel: hoje, foi ela e amanhã, pode ser qualquer um de nós.
Sobre nossa fragilidade paira um modelo de atendimento de Saúde necrosado, seletivo, aviltado e que presta-se a dar números à estatísticas eleitorais.
Quando deveria ser universal, racional, detalhista, inclusivo e, sobretudo e sobre todos, MAIS HUMANO.
Mas não demora e assistiremos, pela TV, um Rio do primeiro mundo, com trens pontuais, segurança sob os blindados do Exército, tudo no padrão Olimpíadas. Quando eles querem, eles fazem.
Quanto a nós, bem, podemos continuar a chorar nossos mortos ou erguer a bandeira da indignação civil e construir uma nova forma de cuidar do que é nosso, do que é de todos, como uma Saúde pública decente.
Até, Cíntia.

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