O deputado estadual Bruno Dauaire (PR) apresentou quatro emendas supressivas, eliminando artigos do projeto de lei 540/14, de autoria do deputado Fábio Silva (PMDB), que prevê multa para quem fizer manifestações que satirizem crenças religiosas. O PL recebeu parecer contrário de todas as comissões pelas quais passou e foi encaminhado na semana passada para a Procuradoria da Assembleia Legislativa (Alerj).
A tramitação foi suspensa e volta ao plenário depois de cinco sessões, para que seja decidido se é ou não matéria constitucional. Bruno propõe que seja mantido o artigo 5º do projeto de lei, que cria o dia estadual do respeito e tolerância religiosa, a ser celebrado no dia 7 de janeiro (data do ataque ao jornal satírico francês Charlie Hebdo).
— É compreensível a preocupação que levou o deputado Fábio Silva a propor o projeto. Mas há questões que podem não representar a resposta legal adequada, como o fato de caber à Polícia Militar o papel de interferir em manifestações artísticas e culturais — explica Bruno, lembrando que o próprio Supremo Tribunal Federal (STF) já tem entendimento sobre assuntos relacionados à sátira e aos limites da liberdade de expressão.
O projeto teve pareceres contrários das comissões de Combate às Discriminações, Direitos Humanos, Cultura, Segurança e Constituição e Justiça e foi retirado de pauta após questão de ordem apresentada pelo deputado Carlos Minc (PT). Mas em duas comissões o parecer não foi unânime, o que levou o PL à Procuradoria da Casa.
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