sexta-feira, fevereiro 27, 2015

EMPRESA PRIVADA OCUPA E DEGRADA ÁREA DO HORTO MUNICIPAL

Os moradores do bairro do Horto desejam levar ao conhecimento da comunidade campista o que está acontecendo em um dos seus mais preciosos bens, o Horto Municipal. Solicitamos a imprensa e aos cidadãos conscientes que divulguem ao máximo a situação surpreendente e revoltante que está ocorrendo escondida da opinião pública.

A Prefeitura Municipal de Campos dos Goytacazes, através da Secretaria de Meio Ambiente, cedeu à empresa EMEC Service, para uso como base operacional em Campos, uma área superior a 6.000 metros quadrados situada no interior do Horto, na parte dos fundos, tendo a referida empresa construído no local um grande galpão para abrigar seus escritórios, demais acomodações e necessidades. A EMEC atualmente presta serviços a Prefeitura de Campos, no cuidado de praças e jardins. Já o Horto Municipal possui seus próprios funcionários efetivos.

Esta cessão levanta imediatamente a questão da legalidade de uma empresa privada utilizar um bem público sem que haja um real benefício para a comunidade. Só este aspecto já bastaria para gerar uma séria discussão na Câmara Municipal, mas a controvérsia não acaba aí, como descrito a seguir.

A empresa também transferiu para o mesmo terreno cerca de dezenove veículos de grande porte, incluindo caminhões-pipa e de transporte de terra, ônibus, além de ruidosas retro-escavadeiras. Para executar as tarefas diárias fora do Horto, a frota de veículos pesados precisa percorrer um caminho de centenas de metros ao longo de toda a extensão do Horto Municipal, passando ao lado de residências vizinhas e de um playground situado na parte da frente do Horto, expondo crianças ao risco de atropelamento e à enorme poeira levantada. A empresa EMEC, já tendo conhecimento das críticas que vínhamos fazendo sobre o risco de morte a que as crianças estavam submetidas, acabou de construir uma cerca de proteção, neste final de março. Mas continua a exposição à poeira e à poluição dos veículos.

Os moradores das residências próximas também vêm sofrendo com o excesso de poeira no ar e com a poluição gerada pela combustão de óleo diesel. São diversos os relatos de problemas de saúde, principalmente de ordem respiratória e oftalmológica. Será que a solução da empresa vai ser asfaltar boa parte do Horto? As queixas também se referem ao ruído dos veículos e ao surgimento de rachaduras nas casas, com a movimentação de veículos de grande porte.

A área atualmente ocupada pela EMEC é mencionada em uma página divulgação oficial da Prefeitura, em 23 de maio de 2011 (ver anexo), como sendo um local (dentro do Horto) onde os visitantes poderiam ter contato com canteiros de hortaliças, leguminosas e plantas medicinais. Na verdade, estes canteiros passaram por processo de deterioração nos últimos anos.

A comunidade tinha a expectativa da implementação de um projeto de recuperação da flora naquela parte do terreno do Horto, para usufruto pela população, fosse para lazer, projetos educacionais, ou como parte de uma reserva ecológica. Ao invés disto, o que se viu nos últimos anos, foi a contínua degradação da área, inclusive com a aplicação de herbicidas em larga escala, culminando agora com a devastação da maior parte da flora para possibilitar a construção do enorme galpão da empresa e a transformação de grande parte do referido espaço em uma garagem de veículos pesados.

São incluídas fotos que mostram os danos causados ao Horto com a vinda da empresa EMEC. Dentre estas, algumas indicam que a empresa estaria despejando dejetos in natura provenientes dos banheiros químicos e dos banheiros do galpão. Neste caso, será inevitável a contaminação do lençol freático.Os moradores estão revoltados e procurando todas as formas de denunciar  este descalabro, e, desde já, se colocam à disposição da imprensa para uma reunião, inclusive como forma de facilitar a visualização da região afetada, já que a esta parte do Horto só é permitido o acesso com autorização da EMEC. O espaço público antes acessível à comunidade foi efetivamente “privatizado”.

Veja algumas imagens:


8 comentários:

  1. Se tivéssemos em nossa cidade esse tal de Ministério Público......quem sabe resolveríamos facilmente essa situação !!!!
    Pena que não temos....................

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  2. Ô povo pra reclamar!
    Aguardem a reforma terminar e não inventem estorinhas!
    Fernando vc deveria filtrar seus posts antes de publicar.
    O secretário com certeza iria te informar

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  3. "Ô povo para reclamar".
    Sinceramente ?Estamos vivendo um tempo de Himo DEMENS mesmo.
    Reclama não meu povo! Deixa roubar,deixa obras aditivadas,deixa educação sem educação,deixa saúde sem sequer medicamentos ,deixa!
    Deixa escoar bilhões pelo ralo ou então ,quem sabe,deixa onparaiso fiscal tomar contas do dinheiro público.
    Deixa povo,reclama não!

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  4. As imagens estão sem legenda mas nem precisa pois elas são eloquentes. Dá até vontade de chorar, vendo o que estão fazendo no nosso belo Horto. Não tem que filtrar nada não Fernando. Você fez bem em nos mostrar esta desgraceira. O que é que o secretário (é o Zacarias?) pode explicar para justificar este crime? Ainda tem mais obra para fazer lá dentro? Será que vão asfaltar tudo? Parabéns a quem fez a denúncia. Campos seria certamente uma cidade melhor se todos nós vigiássemos mais as ações da prefeitura.

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  5. Conheço de perto essa situação.Não se trata de obra de reforma nenhuma não. O Horto Municipal, com autorização da prefeitura, está sim tento boa parte de sua área sendo destruída e transformada em galões,escritório, banheiros e pátio para mais de 15 caminhões (e até retro escavadeira) da EMEC- Engenharia Ambiental, está empreiteira que faz os plantios de jardins em Campos. Nossa cidade já pobre em áreas verdes (deserto florístico), está tendo um de seus patrimônios ambientais destruído. Por uma prefeitura que tem por slogan: Minha cidade, meu amor. E por uma empresa que se diz ambiental. Outra ironia: com sede dentro do Horto Municipal há um destacamento da Guarda Municipal Ambiental, que assiste a tudo isso e nada faz. Portanto, nada de desculpas esfarrapadas de "obras de reformas". O caso é de destruição de uma reserva ambiental de uso público. E de um explícito conluio criminoso entre a Prefeitura e uma de suas empreiteiras, a EMEC. O que se aguarda e se deseja é que p Ministério Público, já acionado, atua com celeridade para proteger nossos direitos coletivos. Que a área seja desocupada, as obras invasoras demolidas e os canteiros e árvores sejam restítuidos aos espaços criminosamente "privatizados" e poluídos.

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  6. Se ainda existe, onde está a COMUDES???? (Conselho Municipal para o Desenvolvimento Sustentável) projeto que funcionava no Horto Municipal, desde junho de 2012 e foi criado para servir na fiscalização do meio ambiente e construções irregulares em área ambiental, além de apoiar órgãos ambientais como o Instituto Estadual do Ambiente (INEA).

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