segunda-feira, novembro 10, 2014

VIRADOS NOS 600

No dia 27/10, foi veiculado através de um jornal online local (http://www.jornalterceiravia.com.br/noticias/editorial/58483/onde-estao-os-r$-600-milhoes-que-estavam-aqui? ) a seguinte notícia: "Onde estão os R$ 600 milhões que estavam aqui ?", dando conta de que supostamente havia sido gasto em campanha eleitoral, sendo os seus efeitos sentidos por fornecedores e prestadores de serviços da Prefeitura, empreiteiras em especial, com ameaças de demissões e interrupções de contratos que agitaram as conversas no Boulevard e fizeram tremer os que estão pendurados no "cabide" da Prefeitura. No mesmo 27/10, o mesmo veículo informa (http://www.jornalterceiravia.com.br/noticias/campos_dos_goytacazes/58338/prefeitura-de-campos-fez-rombo-de-r$-600-milhoes-na-campanha-politica) : "Prefeitura de Campos fez rombo de R$ 600 milhões na campanha política", desta vez, além de reforçar os efeitos negativos anteriores, revelou o impacto no já caótico sistema de transporte público, havendo depoimento de um empresário que merece apuração:  “Por exemplo, recebemos R$ 2,38 mais R$ 1 por passageiro pagante que embarca no itinerário Farol - Campos. Desses R$ 3,38 a prefeitura repassa apenas R$ 1,68. Ou seja, durante a campanha, o governo municipal embolsou a metade de toda a receita das empresas. Essa é apenas uma explicação para o rombo de R$ 600 milhões que a prefeitura deu nos cofres públicos”.

A coisa não parou aí, no dia 28/10, a Procuradoria do município emitiu nota de que adotaria "providências jurídicas" a respeito (não o fez até hoje), através de processo contra o Jornal Terceira Via (http://www.jornalterceiravia.com.br/noticias/campos_dos_goytacazes/58567/prefeitura-de-campos-ameaca-processar-jornal-terceira-via), considerando inverídicas as afirmações. Na sequência, em 29/10, o jornal publicou matéria  (http://www.jornalterceiravia.com.br/noticias/campos_dos_goytacazes/58692/rombo-de-r$-600-milhoes-dos-cofres-da-prefeitura-e-tema-na-camara), com o seguinte título: "Rombo de R$ 600 milhões dos cofres da Prefeitura é tema na Câmara", onde os Vereadores da oposição, lógico, -não deveria ser assim, se o Legislativo cumprisse fielmente uma de suas principais atribuições: fiscalizar o Executivo - informaram que alunos estavam sendo dispensados de creches, e até os repasses ao plano de saúde dos servidores estavam "na pendura". Sendo ainda na ocasião, proposto a formulação de requerimento para que o Secretário de Fazenda apresente relatório financeiro dos gastos pagos e previstos, com os extratos.

Bom, queda de braços à parte, resolvi ir a campo para observar os casos das obras, já sabendo antecipadamente que algo de estranho estava acontecendo com algumas delas, como a da Cidade da Criança, apesar de ter sido "suplementada" por R$ 6 milhões, estava longe de finalizar; também, a obra da RJ- 216, tocada com o know-how "obra de igreja", pois nunca acaba, isso para não mencionar as do Morar Feliz, que além de morosas, tiveram dispensas significativas de mão-de-obra. Assim, os casos são:

1- Mercado Municipal: R$ 9.985.938,34. 

Obra irregular, devido a ausência de parecer prévio do COPPAM, conforme determina a Lei 8487/2013. A obra está sendo questionada pelo Observatório Social de Campos, tanto no aspecto da preservação do patrimônio, no legal, que inclui o Plano Diretor Participativo, quanto no aspecto financeiro, nas bases dos documentos encaminhados ao Ministério Público Estadual, no respectivo Inquérito 156/2014, que ainda não nos ofereceu respostas satisfatórias. Há também, demanda junto ao INEPAC. A obra não apresenta grandes movimentos;

2- Cidade da Criança: R$ 10.520.510,60 (se houver diferença na totalização, é devido ao desbotamento da placa).

Obra com sérios riscos de causar impactos negativos, tanto na mobilidade urbana, quanto na segurança dos usuários, pela ausência de estudos especialmente o de Impacto de Vizinhança, conforme determina o Plano Diretor Participativo. Além de ter tido "suplemento" na ordem de R$ 6 milhões, anda "fria", sem indícios de atividades;

3- Vila Olímpica (Rua Dr. Manoel Landim, esquina com Rua Monsenhor Severino - Prq. Fazenda Grande): R$ ???.

Aqui, a debandada foi geral, até as placas de identificação das obras com o respectivo valor, não se encontram no local. Restaram a da PCE - empresa que recebe mais de R$ 1,7 milhões/ mês por "apoio ao gerenciamento e fiscalização de obras" - e a da empresa contratada. 

4- Duplicação de trecho da RJ 216 - Campos-Farol de São Tomé, até Goytacazes: R$ ???

Outra obra morosa, sem a placa com os dados dos gastos possui.Verifica-se o vazio, parece até obra de "cidade fantasma chinesa";

5- Trianon - R$ 1.640,845,04.

A título de reforma do telhado e reparos gerais, nos parece que o telhado e alguns elementos receberão materiais de alta tecnologia para não comprometerem os espetáculos. O Trianon, não parece estar tão avariado. Não se observa movimento no canteiro de obras;

6- Palácio da Cultura: R$ 2.739.912,96.

Apresenta o mesmo obstáculo do Mercado Municipal, ambos tombados pela Resolução 005/2013, com obras ocorrendo sem o parecer prévio do COPPAM, portanto ilegal. Apesar do vultoso orçamento, a obra está sem atividades aparentes;

7- Obra de urbanização do Prq. Julião Nogueira: R$ 47.627.194,86.

Aqui, fica fácil justificar, pois até a placa foi vítima do "vento". Pior de todas, não há quaisquer vestígios de atividades, com o cenário caótico do Canal do Saco;

8- Morar Feliz II - Ururaí: R$ 476.519.379,31.

Até a poderosa Odebrecht, sentiu o "golpe", "congelando" o principal programa da propaganda duvidosa da Prefeitura, pois em todos os conjuntos habitacionais, não há 1,00m2 (um metro quadrado) de área verde ou comunitária, havendo ainda casas que pegam fogo ou com problemas de abastecimento de água potável. O canteiro de obras tá uma solidão só, sem atividades. Fizeram um canteiro frontal, sugerindo que a questão da área verde será considerada...vamos ver!

Estes são os casos dessa amostragem, onde fica claro que algo de muito significativo ocorreu, que se não foi o "sumiço" dos R$ 600 milhões, deve ter uma justificativa muito grave, haja visto as obras estarem com problemas de cronograma há tempo, e a chiadeira de falta de repasse ser geral. Diferentemente do bordão de um conhecido programa de televisão apresentado em cadeia nacional, aqui, em Campos, os fornecedores da Prefeitura tem tido pesadelo, estão virados nos 600 !

Abç.,

Renato César Arêas Siqueira
arquiteto e urbanista
perito técnico

professor bolsista UENF

6 comentários:

  1. ADEMIR ALVES(BAIXA GRANDE)10 de novembro de 2014 às 08:08

    NO TOCANTE A ESTA SITUAÇÃO VERGONHOSA,OU SEJA,
    FALTA DE DINHEIRO,EM UM MUNICÍPIO RICO,A PREFEITA
    DEVE UMA EXPLICAÇÃO A POPULAÇÃO.SÃO OBRAS QUE
    ESTÃO PARADAS,UBS FUNCIONANDO PRECARIAMENTE.
    ESPERAMOS QUE A PREFEITA VEM À PÚBLICO,E DE UMA
    SATISFAÇÃO AO POVO.QUEREMOS VER NOSSA CIDADE
    PROGREDINDO.AFINAL,ONDE SE ENCONTRA Dª ROSINHA?

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  2. Uma pergunta simples se vivemos num pais decente,de instituições comprometidas com suas atribuições:
    Onde está a promotoria dis direitos difusos ?
    Quem responde por ela?Dr Marcelo Lessa?
    E aí Dr ?

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  3. Fernando desde que começou esse governiculo não fuzeram nada certo principalmente as obras qualidade duvidosa super faturamento imbutido na planilha os ridículos termos aditivos fiscalização do andamento da obra não existe contrataram uma firma a peso de ouro e não estão nem aí portanto que administração é essa,que moral eles tem para falar das outras administrações ?que governo da mudança é essa?????????

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  4. Fernando esse deputado deveria ter vergonha de falar no lugar da prefeita afinal o que ele tem haver com administração municipal? afinal quem foi eleita foi ela,com a palavra o ministério púlbrico

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  5. LEGAL O BLOG
    QUE ELE POSSA RECEBER CADA VEZ MAIS VISITAS
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  6. Senhores,
    Desculpe mas tenho que discordar dos senhores haja visto que se existe algum culpado na farra com o dinheiro publico de Campos esse culpado não é DA "prefeito" e sim dos senhores vereadores que tem como função fiscalizar as contas da prefeitura e denunciar caso haja alguma irregularidade.
    Claro que isso não vai acontecer já que a parte deles esta sempre garantida.

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