sábado, agosto 30, 2014

MOBILIDADE URBANA, CAMPOS NA CONTRAMÃO

(Por e-mail)

Segue mais um capítulo da grande batalha travada nos grandes centros urbanos para otimização do transporte público coletivo, desta vez, São Paulo, a maior cidade do país, tenta o monotrilho, sistema suspenso a 15 metros de altura, com amplas janelas e controlado por sistema computadorizado, sem piloto à bordo!

Pelos testes já realizados não agradou muito, causando desconforto, tanto na estabilidade, por trepidação, quanto no emocional, por vertigem, de quem usou e não se sentiu muito a vontade ao olhar para baixo. Com exemplos de implantação na China e na Índia, o monotrilho chega ao Brasil como mais uma alternativa sem a devida apropriação e consideração das características do contexto urbano brasileiro, apenas com a chancela de que foi utilizado em outras partes do mundo, desprezando, por exemplo, o histórico do transporte de trens urbanos.

Estamos falando de transporte de massa, e não devemos nos esquecer que a grande alternativa para o Brasil, como modal de transporte proposto e implantado, ou em implantação nas capitais importantes, como Rio de Janeiro , Belo Horizonte, Curitiba, Recife, Porto Alegre e Fortaleza, é o BRT, isso só para citar as capitais que tiveram esse investimento para o evento da Copa do Mundo 2014, com repercussão para os jogos olímpicos de 2016.

A despeito de tudo isso, Campos tem anunciado o Aeromóvel - existente em apenas dois lugares no mundo:  parque temático recreativo na Indonésia(Jacarta) e Porto Alegre-BR, trecho com 814 metros que liga o Aeroporto Salgado Filho à Estação Aeroporto do metrô - como solução para o caótico transporte público de massa, haja visto, no presente momento não existir nenhum na cidade, pois ônibus não é considerado transporte de massa, mas sim elemento de integração no sistema de transporte público coletivo. Neste momento, inclusive, um vereador propôs com muita infelicidade, a extensão do benefício da passagem social, para o transporte considerado alternativo, que beira ao ilegal, sem se importar com o primordial que é a segurança das pessoas, tão pouco em debater o Plano de Mobilidade Urbana, cujo prazo para apresentação se esgota em abril de 2015. Para não mencionar o tumultuado processo de licitação do transporte público, ainda sem solução, baseado no binômio preço-técnica, quando deveria ser qualidade-eficiência e despreza a acessibilidade universal, contrariando o artigo 5º, I, da Lei 12587/2012 (Mobilidade Urbana).

Vale destacar, que nenhum modal de transporte isoladamente irá resolver a situação do transporte público coletivo - em nenhum lugar do mundo - que passa por outros condicionantes, como as ocupações do território, evitando o exagero no perímetro urbano, as ocupações dos vazios urbanos e a disponibilidade e otimização nas relações entre os equipamentos urbanos e as zonas de emprego, habitação, trabalho e lazer, além da integração das infraestruturas de mobilidade: intermodalidade (vias para pedestres pavimentadas e acessíveis, malha cicloviária, terminais modais/rodoviários e diversidade modal (ônibus, BRT, VLT, vãs, trens, aeromóvel, monotrilho), estes, onde for indicado a pertinência do uso.

Fora disso, é aventura para super-heróis e resultados financeiros para os grandes investidores, onde nós, pobres mortais ficamos à pé sonhando que as cidades devem ser planejadas para as pessoas!

Abç.,

Renato César Arêas Siqueira
arquiteto e urbanista
perito técnico

professor bolsista UENF

3 comentários:

  1. E o monstro criado por Campos afirma que se eleito governador vai privegiar as vãs .
    Milícias soltando fogos se isso acontecer.

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  2. Ué mais kd o trem de superfície que a dona rosa comprou por 350 milhóes comprados com o dindin dos royaltes para trazer pra campos hein,ela foi em curitiba para ver como funcionava.....

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  3. Ué mais kd o trem de superfície que a dona rosa comprou por 350 milhóes comprados com o dindin dos royaltes para trazer pra campos hein,ela foi em curitiba para ver como funcionava.....

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