quarta-feira, março 26, 2014

CRAQUE CAMPISTA FEZ MAIS GOLS DO QUE PELÉ

(Colaboração de Wesley Machado)

História de Check publicada no Blog "A pelada como ela é", do jornal O Globo

A história do fotógrafo peladeiro Jocelino Rocha, o "Check", foi parar no jornal O Globo. É que um texto do jornalista campista Wesley Machado foi publicado no Blog "A pelada como ela é", seção que saía aos sábados no caderno de esportes e agora sai nos cadernos de bairros, somente na região metropolitana. Check afirma ter mais de 3 mil gols na carreira, contando partidas oficiais de campeonatos amadores, jogos de futsal e peladas. Leia mais esta história em que o artilheiro Check prova ter faro de gol:

GARÇOM FELIZ

São duas horas da madrugada de uma sexta-feira. Uma azia causada pela ingestão de um salgado com presunto me tira o sono. Na falta de um antiácido tomo um copão de coca-cola. E decido escrever este texto depois de quase dois meses. Perdi a apuração e portanto não me aterei a detalhes como os sobrenomes, as profissões e as idades dos personagens. A história se passa em Campos dos Goytacazes-RJ, município que revelou os campeões mundiais Didi e Amarildo.

A data é 16 de janeiro de 2014, um dia depois do feriado municipal de Santo Amaro, padroeiro da localidade de Santo Amaro, na região conhecida como Baixada Campista. É uma quinta-feira. Às 19 horas vai começar uma das peladas mais tradicionais de Campos, realizada há mais de 10 anos. Pela primeira vez vou participar desta pelada, composta em sua maioria por coroas.

Estou com 32 anos, mas a barriga e a mecha de cabelos brancos me envelhece mais uns 10 anos. Fui levado para a pelada pelo amigo Check. E só fui aceito porque sou botafoguense, time pelo qual torce o Marilzo, dono da pelada. Chegamos atrasados e Marilzo reclama.

Check é um jogador folclórico. Diz ter mais de três mil gols. Leandro, que rivaliza com Check pelo posto de artilheiro da pelada, brinca e diz que se Check tem três mil gols, ele tem cinco mil. Leandro é o que se pode chamar de gato ou intruso da pelada, como eu. Afirma ter quarenta anos, mas aparenta muito menos.

Nesta pelada tem de tudo. Abud, ex-jogador profissional do Americano, comenta que foi melhor que Nilton Santos. Que heresia! Um evangélico não quer sair na foto. Revela que foi aposentado por invalidez.


A pelada começa. E Check faz uma bela jogada. Livra-se de vários marcadores, mas erra o chute. Motivo para zoações dos amigos, que pegam no pé dele. Mas Check é perseverante. Marca duas vezes e seu time empata. Perde no par ou ímpar.


Chega a minha vez de entrar em quadra. Lembrando que o campo é society e de gramado sintético. Muito tempo sem jogar e no primeiro pique já me sinto ofegante. Corro mais um pouco e peço para sair. Meu time perde.

Peço para jogar no time de Check. Quero ter esta honra. O time adversário abre 2 a 0. Recupero uma bola e dou o passe para Check, que marca. É o começo da reação. Check marca mais dois e garante nossa vitória por 3 a 2 de virada.


Cinco gols em duas peladas. E a contagem aumenta. Já são três mil e tantos. Contrariando os que não acreditam nas contas e desfazem do boleiro, que se não é um craque, mostrou mais uma vez que sabe se posicionar e fazer gols.


Em tempo: Check no dia anterior havia caminhado da praia do Farol até Santo Amaro, cerca de 10 kilômetros, para pagar uma promessa. Não parecia cansado, por mais que reclamassem que ele não voltava para marcar.

E hoje eu posso dizer que dei um passe para um gol de Check.

WESLEY MACHADO


A história dos mais de 3 mil gols de Check já havia sido abordada no site do Ceará: http://www.verminososporfutebol.com.br/deu-a-louca/check-jogador-que-afirma-ter-3-000-gols/

Recentemente foi lançada a campanha #checknaselecao: (arquivo de imagem anexado)

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