terça-feira, dezembro 24, 2013

QUAL É O SEU NATAL?

São muitos os Natais.
Tem o fashion, que cintila nas vitrines do grande comércio, as lojas de departamento, os shoppings, as franquias,
tem o das industrias, das holdings, dos conglomerados que fabricam navios, aviões, iates - aqueles tão sofisticados que já trazem as mulheres de biquinis e os modelos de sunga.
Tem o natal do comércio varejista, dos brinquedos de plástico, dos patrões de bronze, que vigiam o movimento de compras como quem tange o gado no pasto sem cerca - nenhuma rês pode ser perdida.
Tem o das incomensuráveis redes de comunicação, das TVs abertas e fechadas, das Rádios e jornais e Internet, que vendem cotas de patrocínio, que induzem às compras de sabonete, carros com modelos exclusivos e um pacote fechado de alienação da Industria Cultural, usando técnicas subliminares, piegas, que levam o consumidor às lágrimas e ao cheque especial.
Tem o natal dos capitalistas e suas fortunas, os apátridas, que preferem a ceia do restaurante mais vistoso do centro de Nova Yorque.

Tem o natal da grande miséria, reserva de mercado eleitoral.

E há ainda tantos outros natais, todos avessos, ao Natal metafórico de Cristo. Do acolhimento da manjedoura, que reuniu a realeza dos Magos e a pureza, a santa humildade atávica dos animais. O Natal do simbolismo, do jovem casal que, em fuga do Poder romano, refugiou-se numa gruta para dar dimensão humana ao filho de Deus.

O Natal do Deus menino cumpre o roteiro da fuga de José e Maria da perseguição oficial, da ameaça cruel dos Herodes de todos os tempos.

O Santo Natal é o da subversão das convenções e regras do Capital. Da negação da exploração servil, da mais valia, do lucro de qualquer jeito. Do Natal anteparado no maciço inamovível da fé.

Cada um escolhe o seu.

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