quarta-feira, dezembro 08, 2010

A REINVENÇÃO DA VILA DE SÃO SALVADOR DOS CAMPOS

A notícia da decisão do pleno do TRE que normatizou o calendário eleitoral extemporâneo de Campos reacendeu as paixões. E as paixões, senhores, são cegas por natureza. Paixões são indiscutíveis e, via de regra, levam a abismos.

Nessa hora grave, há os que condenam o Tribunal e lhe tacham a pecha de açodado porque não aguardou a manifestação formal do TSE, penúltimo bastião da Justiça eleitoral; há os que julgavam o mesmo Tribunal lerdo porque permitia, indefinidamente, um estado excepcional no maior Município do Estado do Rio e quinto orçamento municipal do país.

Há aqueles que transferem aos políticos, a quem nominam de “classe”, contrariando o velho Marx , para quem, classe só existem duas: a dos explorados e a dos exploradores, toda a culpa por todas as mazelas e nunca assumem, que políticos são criaturas e criações da sociedade, que os pari, de acordo com suas conveniências.

Há também os desesperançados e os descrentes, que repetem, monocordiamente, o mesmo mantra de sempre: não vai dar certo, não vai dar certo.

Há os almofadinhas perfumados para quem o povo é uma abstração, um quadro de Goya. Esses criticam tudo, mas nunca aparecem para se oferecer como alternativa. Guardam intactas as virtudes, que acham que têm.

Mas, há os que não se entregam nunca, aqueles, descritos pelo dramaturgo alemão, Bertold Brecht, os “imprescindíveis”. Esses interpretam as quedas como lições aos que querem ficar sempre de pé. É essa gente que precisa, agora, ocupar o centro da cena política de Campos.

A decisão do TRE é, sobretudo, uma chance de reinvenção dessa terra extraordinária. As ruínas sucessivas dos últimos mandatários apontam para uma nova ordem política. O velho modelo esgotou-se. Caiu de podre.

E você? Onde está você agora?

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