O RIO SOB AÇÃO DO CRIME S/A

O confronto aberto contra o crime organizado, no Rio de Janeiro, revela de pronto uma constatação insofismável: nunca, na história do Estado, um governo enfrentou a situação da forma como enfrenta agora. Antes, o que havia, era uma política de segurança pública leniente e cúmplice.

A segunda leitura obrigatória é que os criminosos não são mais bandidos comuns. Estão afiliados em comandos distintos, que por sua vez, se juntam numa Federação do Crime. As táticas usadas indicam que há estrategistas debruçados sobre pranchetas e mapas, cumprindo planos elaborados à luz de teorias de guerra urbana. É o Crime S/A em ação contra a implantação das Unidades de Policia Pacificadora, as UPPs.

Expulsos de seus bunkers pela Polícia, os bandidos querem o resgate de seus territórios pelo uso da força. Não admitem o confisco de seus quintais, onde tinham segurança e conforto. Essa não é uma batalha qualquer, ou mais uma, é uma disputa definitiva. O tamanho do crime é esse. O monstro cresceu na sombra do Estado omisso. E pior que omisso, conivente.

A sociedade carioca, nesse momento, conta seus mortos. Gente inocente que paga com sua vida por décadas de permissividade absoluta, pelo fingimento das autoridades que deveriam cumprir o seu dever e enganaram e mentiram, desavergonhadamente. Canalhas! Alguns ainda, cinicamente, comentando o caos.