segunda-feira, junho 07, 2010

TERÇA CÍVICA NA CÂMARA

O embate anunciado de hoje, na Câmara Municipal, por conta da apreciação, pelo plenário, do pedido de instalação da Comissão Processante, feito pelo vereador Marcos Bacellar, PTdoB, vai por à prova a maturidade do nosso combalido Poder Político.
O resultado da avaliação já é conhecido: serão 10 votos da situação contra a instauração da Comissão e 7 à favor. Até aí tudo bem, tudo certo. Maioria vota e minoria esperneia.
É assim, foi sempre assim. Situação e oposição se digladiam desde sempre, mesmo antes das definições filosóficas dos atenienses, que nos apresentaram a Democracia. O confronto político surge com o homem e sua irrefreável fome de poder. Desde o poder fisiológico, quando ainda nas cavernas, os fortes se sobrepunham e estabeleciam suas regras. Lá também, os fracos esperneavam e ficavam com o que sobrava do repasto. Somos herdeiros dessa lógica do confronto.
É, justamente, o resultado do embate que faz a sociedade evoluir.
Por isso, o confronto de hoje não é novidade nenhuma e não deveria chocar, nem escandalizar ninguém. Muito menos ensejar campanhas moralizadoras no sentido de transformar a Câmara num bem comportado colégio de freiras. Aquela é uma casa de confrontos mesmo, de altas discussões. Um parlamento.
A maioria vai vencer o cabo de força e a minoria vai procurar outras formas de exercer a vigilância do governo. Tudo na mais perfeita ordem democrática.
O que de melhor pode haver para um governo, minimamente, comprometido com a democracia é uma oposição atuante. É aquela indefectível metáfora do grilo falante, a consciência crítica indispensável. O tom dissonante que alerta e corrige o concerto. O entorno submisso é sempre bajulador, não constrói, rigorosamente, nada.
E, sobretudo, não fosse a presença incômoda da oposição, para que serviria a bancada governista, senhores?

Um comentário:

  1. Parlamento? Vc acha mesmo? considero, me perdoe a franqueza, tão inexpressivo, tão venal os "nossos" representantes! eles não representam, na verdade, ninguém! Só seus próprios interesses e de seus irmãos, seus filhos, sobrinhos, amiguinhos...o povo? para eles, que o povo continue se danando!

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